Lorenzo de Angelis

Viterbo (1989)

A sua pesquisa tem a pintura em si como o objeto principal, dando uma visão interna dos seus procedimentos, métodos e sintaxe. O seu foco permite-lhe ver gestos, cores, plenitude e vazios como elementos que podem ser primeiro divididos e depois sintetizados. O artista desconsidera a noção de autoria ao conceber a superfície pintada como agente ativo no processo artístico. Ao fazê-lo, ele emprega o papel como fonte de cor que, uma vez pressionada na tela (ou linho), faz com que esta última actue diretamente no resultado final, incorporando ou rejeitando a substância (Monopluriplanes; serie). A marca em si é permeado por espaços vazios como nas técnicas japonesas de pintura a tinta (kan pi e fei pai) e, ao mesmo tempo, sofre um processo de repetição e alienação. O resultado é uma superfície na qual as áreas não pigmentadas adquirem dinamismo espacial. As relações hierárquicas entre adição e subtração, forças centrífugas e centrípetas são anuladas e integradas como uma só num único sistema: a imagem. Assim, é a própria tela que se readapta tanto a nível sintático como semântico. Segundo o ponto de vista de De Angelis, este elemento não é um receptor de cores passivo, mas uma superfície na qual é possível alcançar o equilíbrio entre auto afirmação e auto-obliteração, autoria e imprevisibilidade, ideia e automatismo.

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