Porque vemos desenhos animados antes de dormir



Com a participação dos artistas:
Amit Kanfi, Ivan Montaña e Pedro O Novo.


por Madalena Pequito,

Às vezes precisamos de um pouco de fantasia nas nossas vidas para imaginar outros universos. Precisamos de nos perder em conversas que nunca tivemos ou em cenários que nunca vão acontecer, apenas para nos desliogarmos da realidade por uns momentos.

O desenhos animados fram criados para crianças, mas também para adultos. Eles ensinam as crianças a interagir e a criar novos cenários, potenciam a imaginação e a criatividade. Para os adultos, estes podem ser satíricos, apresentar um ponto de vista, desvendar injustiças e marcar posicionamentos políticos. Apesar disso, os adultos também precisam de constante aprendizagem e interação. Precisam explorar a sua criatividade e imaginação, talvez até mais do que as crianças. Com características variadas, os desenhos animados conseguem explorar e criar a sua própria realidade imaginada. Uma realidade que pode existir ou não, que pode ser antiga, pode ser uma fuga ao mundo real, ou somente paralela a ele.

Com uma estética singular, Pedro O Novo tem a capacidade de nos fazer recuar no tempo e acreditar que as suas pinturas foram criadas há uns anos atrás. Mas, ao mesmo tempo, uma coisa engraçada acontece. Viajamos ao passado enquanto temos os pés bem assentes no presente. As personagens representadas são teatrais, como se marcassem uma posição. Assim, o artista preserva o antigo, imortaliza estas personagens e fantasia sobre a realidade.

Amit Kanfi usou um papel em branco e um lápis como fuga à realidade e como forma de criar algo autêntico. As suas personagens nasceram naqueles pedaços de papel. Com um pouco de humor, os trabalhos de Amit são sinceros e atuais. Quando olhamos para as suas pinturas, vemos três cavalos que parecem iguais, mas todos transmitem mensagens diferentes e deixam espaço para a interpretação e para a criatividade de quem os observa.

Num mundo que está longe de ser perfeito e harmonioso, bonecos coloridos ocupam a tela livremente. Um pedaço do caderno de uma criança invade as obras de Ivan Montaña. Cores, palavras soltas e caras sorridentes passeiam por esse universo fantástico que é paralelo à realidade. Estas figuras flutuantes e voadoras carregam consigo imensa liberdade, como se a sua criança interior estivesse presente para ensinar os adultos de algo que eles já se esqueceram.

Obras: